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É enganoso o vídeo em que um candidato a vereador em João Pessoa, na Paraíba, afirma que não foi contabilizado o voto que ele deu para si mesmo. Na realidade, foram contados dois votos para o candidato na seção onde ele votou. Ao todo, ele recebeu 119 votos e ganhou uma vaga de suplente na Câmara Municipal.

O candidato a vereador está inscrito na Zona Eleitoral 001, seção 004. Porém, algumas seções eleitorais foram agregadas em 2020 e, por isso, ele foi orientado a votar na seção 001, o que de fato fez, como atestado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).

No vídeo, o candidato afirma ainda que um funcionário do TRE-PB “adicionou” dois votos para ele na seção eleitoral. O TRE-PB esclareceu que o banco de dados de votação jamais pode ser “editado”. O órgão comunicou em nota que o vídeo é uma “tentativa de macular a Justiça Eleitoral, forjando fatos”.

Os votos a favor foram distribuídos da seguinte maneira: 49 votos na 1ª Zona Eleitoral; 24 votos na 64ª Zona; 19 votos na 70ª; 12 votos na 76ª; e 15 votos na 77ª.

O candidato afirma que “estranhou não ter tido votos na sua seção, a 4ª da 1ª Zona Eleitoral, mas que um funcionário do TRE disse que poderia corrigir e imprimiu um relatório com dois votos naquela seção (na verdade, a 1ª seção eleitoral)”. Ele admitiu que o funcionário que o atendeu “pode ter sido irônico”.

Após a gravação do vídeo, o candidato disse que retornou ao TRE e recebeu a explicação de que sua seção original, a 4ª, foi agregada à 1ª seção por conta das alterações realizadas para reduzir o número de mesários em virtude da pandemia.

O político explicou que, no vídeo, se referiu aos oito votos que teve no bairro do Roger, pois sabia que, no total, obteve 119 votos. “Sem arrogância, pela campanha que fiz e pelo trabalho que faço no Roger, há muitos anos, era pra ter tido 5 mil votos”, disse. De acordo com os dados do último censo do IBGE, em 2010, a população do bairro era de 10.381 pessoas.

Vale lembrar que a razão pela qual os votos são secretos é justamente para garantir ao eleitor a livre convicção do voto, impedindo a "cobrança" de candidatos que se julguem merecedores dele.