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É falso que hacker tenha invadido rede interna do TRE-RJ para desviar votos nas Eleições 2012
Desinformação requentada foi desmentida pela própria corte regional do Estado. Confira a explicação
Publicado em 24/08/2022 às 20:45, atualizado em 27/09/2022 às 18:48
Poucos meses antes das Eleições Gerais de 2022 um rumor antigo voltou a circular na internet, levantando suspeitas infundadas quanto à lisura do processo eleitoral do Brasil.
O boato requentado afirma que as Eleições Municipais de 2021 foram fraudadas por um grupo liderado por um hacker de 19 anos chamado de “Rangel”.
Segundo o conteúdo duvidoso, por meio de um acesso indevido à intranet (rede corporativa interna) do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), o clã teria conseguido alterar votos para beneficiar candidatos de uma cidade fluminense situada na Região dos Lagos.
Fato ou Boato?
A mentira já foi devidamente esclarecida pelo próprio TRE do Rio de Janeiro, que, em uma publicação em seu site oficial, expôs a fragilidade da argumentação contida na notícia falsa.
A corte regional explicou que uma fraude seria facilmente detectada por meio da comparação do Boletim de Urna (BU), relatório impresso pela urna no final da votação, com o resultado da apuração publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O TRE-RJ lembrou ainda que, após uma contribuição de estudiosos da Universidade de Campinas, a Justiça Eleitoral adotou a assinatura digital nos arquivos que abrigam os resultados de cada urna, que são posteriormente transmitidos para totalização (soma) no TSE.
Ou seja, assim que houvesse a invasão ou qualquer alteração no destino dos votos, o sistema indicaria que a assinatura digital do arquivo estava inválida e se recusaria a realizar o processamento dos dados.
Por fim, há ainda o Registro Digital do Voto (RDV), que grava cada movimento realizado na urna eletrônica durante a votação. Novamente, tudo tem certificação e assinatura digitais.
Uma suposta alteração nos votos de uma urna poderia ser constatada pelo boletim de urna e confirmada numa auditoria do RDV. Nada disso ocorreu, porque a alegada ação do grupo de fraudadores é inconsistente e mentirosa.
Na verdade, a partir da véspera da eleição e até o dia seguinte, a internet dos TREs de todo o país é bloqueada. Ou seja, para conseguir invadir a intranet, qualquer outra rede ou sistema interno do Tribunal, o tal grupo de hackers liderado por Rangel teria que estar fisicamente diante de um computador instalado na sede ou cartório eleitoral, sem ser notado nem denunciado.
Uma hipótese bastante improvável de acontecer em um dia em que os prédios do Tribunal têm as entradas restritas e protegidas por um ostensivo esquema de segurança policial.
Acesse as checagens e esclarecimentos abaixo