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Inquérito da PF não investiga servidor do TSE que ajudou a criar urna eletrônica

Publicação compartilhada no Facebook também engana ao afirmar que Giuseppe Janino era assessor pessoal do presidente da Corte

Publicado em 13/08/2021 às 17:10, atualizado em 03/05/2024 às 20:48

Inquérito da PF não investiga servidor do TSE que ajudou a criar urna eletrônica

Conteúdo analisado

Em agosto de 2021, uma publicação compartilhada no Facebook enganou eleitoras e eleitores ao afirmar que o servidor Giuseppe Janino, um dos criadores da urna eletrônica, foi exonerado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ser alvo de investigação da Polícia Federal. A postagem também dizia que, antes de sair do Tribunal, ele era assessor pessoal do então presidente da Corte Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso.

Em uma nova versão da história que circulou nas redes em agosto 2023, o servidor foi acusado de pedir demissão após "fraudar as urnas eletrônicas".

Por que é boato?

O servidor não foi investigado pela corporação, nem assessorava o presidente do TSE. Ao contrário do que foi disseminado na internet, Giuseppe Janino, que era secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, colaborou com a PF no inquérito aberto em 2018 para apurar um ataque hacker ao TSE e não pediu para ser desligado do cargo por ter "fraudado" as urnas eletrônicas.

Vale esclarecer que, embora o invasor tenha conseguido acessar sistemas internos da Corte, isso não foi suficiente para alterar o resultado das Eleições Gerais de 2018, pois as urnas não são ligadas à internet e possuem barreiras de segurança (como assinatura digital e mecanismos de criptografia) capazes de proteger as informações contra a ação de qualquer pessoa mal intencionada. Além disso, os sistemas eleitorais são lacrados em cerimônia pública antes das eleições para impedir qualquer alteração dos programas. Por fim, é importante saber ainda que a rede de transmissão dos dados para totalização no TSE é exclusiva e segura, à prova de invasões.

Servidor aposentado

Atualmente, Giuseppe Janino é servidor aposentado do Tribunal. Ele deixou a função de secretário a pedido para se dedicar a projetos pessoais. Antes de se aposentar, ele trabalhou durante três meses como assessor especial da Presidência do órgão – e não como assessor pessoal do ministro, como afirmava a fake news – para ajudar no processo de transição da chefia de TI do Tribunal, hoje exercida pelo servidor Júlio Valente.

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