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Supostas provas de fraude nas eleições são boatos antigos já desmentidos pelas agências
Presidente Jair Bolsonaro trouxe em sua transmissão ao vivo desta quinta-feira (29) alegações antigas que circularam nas redes sociais e que já foram desmentidas
Publicado em 30/07/2021 às 14:30, atualizado em 17/09/2022 às 12:12
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu apresentar em sua transmissão ao vivo desta quinta-feira (29) provas de fraude nas urnas eletrônicas, mas trouxe alegações antigas que circularam nas redes sociais e que já foram desmentidas. É o caso, por exemplo, da falsa denúncia de que o equipamento completou o voto no número do PT nas eleições de 2018, cujo vídeo provou ser uma montagem, e da suspeita infundada de que a uniformidade da votação em São Paulo no pleito municipal de 2020 seria sinal de fraude.
Reunimos abaixo as principais alegações do presidente e um link para a checagem feita pelo Aos Fatos:
- É FALSO que urnas eletrônicas completaram automaticamente votos no candidato Fernando Haddad (PT) nas eleições de 2018. O vídeo que circulou no dia do pleito era uma montagem que foi desmentida à época por técnicos do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais).
- A estabilidade na ordem dos candidatos nos resultados parciais da apuração nas eleições de São Paulo em 2020 não é um indício de fraude, o que torna a declaração do presidente FALSA. O resultado aponta apenas a homogeneidade dos votos recebidos.
- Especialistas ouvidos por Aos Fatos apontaram erros na fórmula matemática usada para sugerir que Dilma Rousseff e Aécio Neves se alternaram na liderança durante o segundo turno das eleições de 2014. Isso torna FALSO o argumento do presidente de que teria havido fraude no pleito.
- Também é FALSO que o atual sistema de votação brasileiro não seja auditável. Segundo o TSE, há uma série de recursos no equipamento que permitem o procedimento, como o Registro Digital do Voto, o log da urna eletrônica e as auditorias pré e pós-eleição.
- É FALSA a afirmação de que as urnas não foram modernizadas desde sua implantação em 1996. De lá para cá, foram implementadas uma série de mudanças como o Registro Digital do Voto e a alteração do software.
- Apesar de afirmar ter invadido o sistema do TSE, o hacker Marcos Roberto da Silva foi preso por vazar dados do Serasa e não por invadir computadores do tribunal. Por isso, a declaração do presidente é IMPRECISA.
Acesse as checagens e esclarecimentos abaixo
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