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Em fevereiro de 2023, um trecho de um vídeo de um apresentador de televisão de Santa Catarina ganhou projeção nas redes sociais. Na gravação, ele afirma que os votos das Eleições Gerais de 2022, realizadas nos dias 2 e 30 de outubro do ano passado, teriam sido depositados em 279 mil urnas eletrônicas sem numeração. Por conta da suposta falha, o homem critica a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o pleito e desafia a Corte Eleitoral a provar que os equipamentos usados na votação estavam devidamente identificados.

Por que é boato?

 A informação é falsa e já foi desmentida pelo TSE e diversos veículos de comunicação. Existem diversos mecanismos físicos e eletrônicos que funcionam conjuntamente e permitem o reconhecimento preciso dos aparelhos usados para colher os votos do eleitorado.

Além da identificação física, feita pelo número patrimonial, cada urna possui um número interno identificador exclusivo, que é utilizado pelo software em diversos momentos. Como o equipamento confirma e assina digitalmente tudo que faz, é possível garantir o rastreamento das informações produzidas em pelo menos em três documentos principais: o Boletim de Urna (BU), Registro Digital do Voto (RDV) e o log de eventos.

Informações podem ser encontradas na internet

Esses arquivos, que estão disponíveis para consulta pública na página Resultados e no Portal de Dados Abertos do TSE, permitem a correta identificação do aparelho que os gerou. Ainda que uma das formas de rastreio deixe de funcionar, outras a substituem automaticamente, sem qualquer prejuízo à possibilidade de se saber onde as informações foram criadas.

A urna também possui um número interno único registrado no hardware – ou “código de identificação da urna”. Essa numeração integra o número de correspondência do aparelho e o associa a somente uma das 472.061 seções eleitorais do país.