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Urnas não autocompletaram voto em candidato à Presidência nas Eleições Gerais de 2018
Eleitoras de seção eleitoral de SP mencionaram um vídeo falso já desmentido pelo TRE de Minas Gerais
Publicado em 27/06/2022 às 17:15, atualizado em 18/09/2022 às 12:41
Corre na internet um vídeo em que um grupo de eleitoras afirma que a urna eletrônica estava autocompletando o voto em determinado candidato à Presidência da República nas Eleições Gerais de 2018. Na gravação, feita no primeiro turno daquele pleito no Colégio Virgem Poderosa, em São Paulo, o grupo diz que várias urnas apresentaram problemas, impedindo alguns eleitores de votar na candidatura da sua preferência.
Fato ou Boato?
No primeiro turno de 2018, foram registradas seis reclamações de eleitores no Colégio Virgem Maria, onde foi gravado o vídeo que viralizou na web. Os relatos efetivamente apresentados à Justiça Eleitoral diziam que as fotos dos candidatos não carregaram rapidamente e que, por isso, alguns eleitores concluíram o voto sem conferir as imagens.
A alegação de que a urna estaria ‘autocompletando’ o voto também está distorcida. Alguns equipamentos utilizados em SP apresentaram problemas em teclas aleatórias e precisaram ser substituídos, mas esses incidentes não aconteceram com as eleitoras que aparecem na filmagem em questão.
As eleitoras mencionam um vídeo já desmentido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerias (TRE-MG) sobre uma urna que supostamente concluiria o voto em um candidato à Presidência. Peritos da corte regional analisaram as imagens e constataram que a gravação era uma montagem, pois, no momento em que o primeiro número é apertado, o teclado da urna não aparece por completo, fato que sugere que outra pessoa teria digitado o restante do voto. Também foram percebidos pelos técnicos o ruído de dois cliques simultâneos, mais um indicativo de que o material foi editado.
Urnas da filmagem também passaram por auditoria
Já as queixas registradas pelas eleitoras da filmagem se referiam às seções eleitorais 175, 176, 177, 180 e 181 foram apuradas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que determinou a realização de uma auditoria nas urnas usadas naqueles locais de votação.
A auditoria ocorreu no dia 18 de outubro de 2018 e, naquela ocasião, foi constatado que não houve falha nos aparelhos, que passaram por dois tipos de conferência: primeiro das assinaturas digitais e depois dos dados dos sistemas eleitorais.
Durante o procedimento, a Justiça Eleitoral confirmou a autenticidade dos programas e verificou que nenhum arquivo estava danificado, ausente ou excedente. Nenhuma urna usada nessas cinco seções eleitorais precisou ser substituída no primeiro turno da votação.
Eleitoras não compareceram à verificação
Vale esclarecer que nenhuma das eleitoras da gravação compareceu à verificação feita pelo TRE de São Paulo. Elas também não telefonaram, nem foram até o cartório eleitoral. Mesmo assim, a corte regional ouviu as reclamações e deu o devido andamento ao caso.
Ainda de acordo com informações do tribunal eleitoral do estado, cada seção do Colégio Virgem Poderosa tem, em média, 330 eleitores, que votaram normalmente no primeiro turno daquele pleito.
* Com informações do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
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