Busque ou filtre as checagens

Em anos eleitorais é preciso ter cuidado com os conteúdos que circulam na internet. No mês de outubro, uma teoria absurda ganhou projeção nas redes sociais e enganou muitas pessoas que navegavam desavisadas pelo Facebook.

O boato, que também foi compartilhado em formato de áudio, dizia que hackers haviam invadido o sistema de totalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o intuito de desviar votos entre candidatos à Presidência da República. Como efeito da investida, um dos concorrentes ao cargo teria ficado uma hora sem receber votos e gerado uma grande movimentação na Oracle, que, segundo o rumor, seria a empresa responsável por hospedar o servidor do TSE nos Estados Unidos.

A tese inventa ainda que a apuração travou em 96% em decorrência da ação de um grupo de hackers russos, fato que teria motivado os militares a orientarem o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, a anunciar o segundo turno para presidente.

Fato ou Boato?

Como você já deve imaginar, nenhuma das alegações do vídeo é confiável. Não houve invasão hacker ao sistema de totalização do Tribunal. Ao contrário do que afirma a notícia falsa, o trabalho de processamento dos votos do eleitorado transcorreu dentro da normalidade, sem registro de nenhuma investida cibernética.

Vale lembrar que a urna eletrônica não tem conexão com a internet e que a transmissão dos votos é feita por uma rede segura, de uso exclusivo da Justiça Eleitoral. Antes de serem totalizados, os dados têm a origem e autenticidade verificadas. Por meio desse batimento, é possível saber de qual urna eletrônica veio cada um dos votos, que são somados automaticamente pelo sistema.

Candidato não ficou uma hora sem receber votos

Também é mentira que um dos políticos que concorrem à Presidência tenha ficado uma hora sem receber votos. Os resultados do primeiro turno foram transmitidos ao vivo pela página e aplicativo “Resultados”, do TSE, e diversos veículos da imprensa que acompanharam a apuração dos votos em todo o país. No dia da eleição, as totalizações e divulgações parciais mostraram uma evolução regular da apuração dos votos.

TSE não tem servidor nos Estados Unidos

Os votos são totalizados em um data center, que é um equipamento físico instalado na sala-cofre do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília (DF). Apesar de ser fabricado por uma empresa americana – a Oracle, que também realiza o serviço de manutenção das peças – o aparelho é operado exclusivamente pela equipe do TSE. Os votos, portanto, não são armazenados em um servidor localizado nos Estados Unidos.

Hackers russos e militares não interferiram no processo eleitoral

Provavelmente a parte mais fantasiosa da história e que, incrivelmente, captou a atenção de um grande número de eleitores foi essa narrativa que trata de uma suposta interferência de hackers russos e de militares brasileiros no processo eleitoral. O sistema não foi invadido por hackers e não travou em 96% das urnas apuradas.

Por fim, assim que o resultado do pleito estava matematicamente definido, o presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, anunciou a realização do segundo turno para presidente com os dois candidatos mais bem colocados na disputa.