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Viradas de Boulos, Lula e Dilma não aconteceram todas às 18h45

Checagem do UOL Confere desmonta boato que circulou na internet. Veja a explicação:

Publicado em 09/10/2024 às 19:21, atualizado em 09/10/2024 às 19:21

Viradas de Boulos, Lula e Dilma não aconteceram todas às 18h45

Por Isabela Aleixo, do UOL Confere.

Não é verdade que os momentos de virada de Guilherme Boulos (PSOL) sobre Pablo Marçal (PRTB) na disputa à Prefeitura de São Paulo, de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, e de Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB) em 2014 tenham acontecido, todas, às 18h45.

Post usa informações incorretas para levantar suspeitas sobre a integridade das eleições no Brasil. O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post
A publicação usa a imagem de gráficos das apurações das eleições municipais de 2024 em São Paulo, e das eleições presidenciais de 2022 e de 2014.

O conteúdo é compartilhado com o seguinte texto sobreposto: "Boulos ultrapassa Marçal às 18:45; Dilma ultrapassa Aécio às 18:45; Lula ultrapassa Bolsonaro às 18:45. 'Tudo 'coincidência'."

Por que é distorcido

Viradas não aconteceram no horário exato indicado no post. Boulos passou à frente de Marçal às 18h40 (aqui e aqui), não às 18h45. Ao fim da apuração, o candidato do PSOL ficou em segundo lugar na disputa com 29,07% dos votos válidos, atrás de Ricardo Nunes (MDB), com 29,48%. Já Marçal teve 28,14% dos votos. Boulos e Nunes vão disputar o segundo turno da eleição no dia 27 de outubro.

Em 2022, virada foi às 20h02 no 1° turno e às 18h44 no 2°. O post não especifica a qual mudança de cenário se refere, mas a virada do petista sobre Bolsonaro no primeiro turno também não aconteceu às 18h45 (aqui e aqui), e sim 1h17min depois. Já a do segundo turno aconteceu, de fato, em um horário próximo ao indicado: às 18h44 (aqui, aqui e aqui).

A de Dilma sobre Aécio no 2º turno, em 2014, foi às 19h32. O post usa a imagem de um gráfico extraído de uma matéria do portal g1 e acrescenta o horário incorreto sobre ele (aqui). 

Publicação desinformativa acrescenta horário incorreto sobre gráfico de apuração do g1 do segundo turno das eleições de 2014

(Publicação desinformativa acrescenta horário incorreto sobre gráfico de apuração do g1 do segundo turno das eleições de 2014 - Imagem: Reprodução/g1)

Sem comprovação de fraudes na urna eletrônica. As urnas eletrônicas são usadas no Brasil desde 1996, e nunca houve qualquer confirmação de fraude nas eleições por causa delas (aqui). Em 2014, o candidato derrotado na eleição presidencial, Aécio Neves (PSDB), questionou o pleito e o partido solicitou uma auditoria. A análise feita pelo PSDB constatou que não houve fraude. Em 2022, sob Bolsonaro, as Forças Armadas também fizeram um relatório como entidade fiscalizadora do processo eleitoral junto ao TSE. O documento não citou indício de fraude na eleição. No mesmo ano, o partido de Bolsonaro (PL) também questionou as urnas. As alegações do partido eram enganosas e foram desmentidas (leia aqui).

Acesse as checagens e esclarecimentos abaixo